segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Redescobrir um amor é bom. Reviver é melhor ainda.

Nada mexe mais com a cabeça de um homem do que uma mulher. Na maioria das vezes, nós, homens, somos ensinados que demonstrar esse amor é feio, é perigoso, expõe-nos demais. Isso definitivamente é uma bobagem.

Erramos, reclamamos, brigamos, mas, queiramos ou não, sempre acabamos reconhecendo que amar algumas pessoas especiais é bom demais. Amar uma em especial é melhor ainda. Saber reinventar esse amor é uma arte. Descobrir que tenho essa capacidade é uma satisfação.

Pode até não fazer sentido algum para você, incauto amigo ou desconhecido ocasional que lê essas minhas sessões de terapia internáutica, mas, o passar do tempo e a soma de tudo que se viveu com e para alguém ensina um bocado. Dizer eu te amos é fácil demais, praticar também pode ser. Obrigado por me fazer enxergar isso e por completar minha vida há 10 anos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Uma mãe de irmã


Muitos reclamam da sorte ao não poderem escolher irmãos como escolhem os amigos. Eu fui agraciado com um presente chamado Juliana. Minha mãezinha, desde a época em que tapar os ouvidos era a melhor arma pra não precisar fazer terapia mais tarde. Dos conselhos dados da a partir da sua bicama com a autoridade de quem amadureceu cedo demais, às distâncias que a vida insiste em nos colocar.

Somos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Somos feitos do mesmo barro bom, somos fruto do mesmo amor regado a sofrimento e dor. Seu amadurecimento antecipou o meu também. Ajudou a moldar meu caráter e reforçar a imagem que tenho das mulheres da minha família.

Quando hoje vejo Júlia, minha filha, e Gabriela, filha dela, levantarem a voz e avisto aquela veia pulsando no pescoço, tenho a certeza que a força das mulheres dessa família irá se perpetuar.

Perder meu pai aos 17 anos tendo tido tão pouco foi difícil demais. Ter que me separar de "minha Ju" aos 23, quando fui em busca de minha vida, foi também um golpe duro. Voltei para minha cidade e vi minha mãe ir embora de vez, causando-me o maior sofrimento pelo qual já passei. De novo, a vida insiste em me testar e carrega minha loira pra longe.

Não há de ser nada. Afinal, saudade só se tem de quem se ama. Muito.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Vazio que dói no peito


Como pode um vazio doer tanto? Por definição, se é vazio não existe. Quem inventou a definição de saudade esqueceu de combinar que o vazio dói e existe. Talvez por isso que saudade só exista em português. Não lhe ter ao meu lado, me guiando, machuca muito mais do que qualquer outra experiência de dor e sofrimento que já tive. Não lhe ver envelhecer e não poder ver seus cabelos cabelos brancos que não cheguei a conhecer me assusta.


Quem vou visitar quando eu estiver ficando velho? Sua presença ardia de tão intensa e minha juventude imberbe me afastava de você. Quem disse que não se ama de longe? São 3 anos sem você e sinto que cada dia lhe amo mais. A saudade machuca, sim senhora. Tudo melhora ao imaginar que o que tive de você foi o melhor que pôde me dar. Diferente do som, amor se propaga no vácuo. Saudade também. Um dia reencontrarte-ei. Sempre te amarei.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Acidente foi eleger. Burrice foi reeleger.

Desastre do vôo da TAM. O que mais revolta é que evitar era fácil.

Morrer é natural. Isso é indiscutível. Ser assassinado não é. Culpar o aparelho, o piloto ou a pista vai ser mais fácil do que roubar doce de criança. Bater no peito e assumir que é um pária é que eu duvido que alguém faça. Congonhas dá sinais de problema há muito tempo. Todo mundo sabe disso há muito tempo. Os governos sabem disso há muito tempo. E ninguém faz nada. A crise aérea completará 1 ano e nada de prático foi feito. Promessas, balelas e conversa fiada tem aos montes. A fase da discussão de indenizações começará em breve e logo depois começa o esquecimento. O presidente quando manda dizer que está consternado nos engana mas pelo menos aprendeu uma palavra nova. A ministra que relaxa enquanto goza com nossas caras de palhaço mandou dizer que não tem nada a declarar. Pensando bem, melhor ficar calada mesmo.

terça-feira, 17 de julho de 2007

O machão e a menina. Ironia de uma vida.


Se eu dissesse que sonhei em ter uma filha, estaria mentindo. Quem me conhece sabe que por mais dura que seja a verdade, prefiro encará-la. Me preparar para ser pai de Júlia exigiu uma dose grande de sacrifício. Ser machão sem filha mulher é fácil. Era.


Se eu soubesse que ia ser tão bom, escolheria isso sempre. Minha menina é absurdamente surpreendente em tudo o que faz. Explode com a mesma facilidade que conquista. Muda de humor com a mesma rapidez que cativa e apaixona. Feminina como poucas garotinhas de 3 anos são, vaidosa como toda mulher deveria ser.


Temperamento difícil e personalidade forte. E dai? Ela é Júlia. Ela é diferente de tudo que imaginei. Ela me domina com a bravura que não aceito de quase ninguém. E dela eu aceito e quero sempre mais. Vai de totalitária e impulsiva a dócil e frágil na velocidade de um piscar de olhos que eu sempre quero que seja pra mim. Ela é um exemplar único de rebeldia doce. Ela é minha filha, graças a Deus.


Quando um dia me perguntarem o que Julia representa pra mim responderei sem pestanejar: a mais linda e apaixonante lição de vida eu poderia tomar.

O primeiro filho homem de um menino homem


O ano é 1998. O dia é 08 de março. Domingo. Nova semana. Nova vida. Até então um dia comum exceto por ter sido meu aniversário nos últimos 23 anos. Desse dia em diante o dia das mulheres deixa de ser delas e meu aniversário deixa de ser meu. Matheus arrebatou esse direito não por doação e sim por merecimento.


Nasceu meu primeiro filho e eu começo a perceber que a vida tem muito mais sentido do que antes. Amor, proteção, responsabilidade, carinho, afeto e qualquer outro adjetivo ou verbo que represente algo bom parecem pequenos perto do que esse presente de Deus significaria na minha vida.


O tempo me mostra que ele é mais do que eu em tudo. No mínimo, em quase tudo. Mais bonito e mais sensível. Mais determinado e equilibrado. Mais cativante e mais humano. Ele é a síntese dos meus melhores sonhos. Ele é a pintura perfeita de um retrato que sempre me achei incapaz de fazer. Matheus é minha vida e minha obra.


Eu te amo, meu filho. Você me faz lembrar o quanto sempre quis ser pai. Seu pai.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Pan do Brasil?

O Pan do Brasil. Essa é umas maiores falcatruas que uma política de comunicação tentou vender nos últimos tempos. O Pan não é do Brasil. Ele é do Nuzmann, do Ricardo Teixeira e da Rede Globo. Ele acontece no Rio de Janeiro e não é por acaso. Nele, veremos um desfile de atletas que, em 99% do seu tempo são esquecidos e que se sustentam com migalhas. Alguns poucos, como os do Vôlei muticampeão e de algumas poucas modalidades possuem status de verdadeiros atletas do Brasil. Mas são a imensa minoria, infelizmente.

Essa grande massa que se dedica alucinadamente e que vira estrela por apenas um momento, a exemplo do valente Diogo Silva, primeiro ouro no Pan do Rio, sabe que é usada como manobra, como bucha de canhão eleitoral de políticos que tentam construir um "país do esporte", erguendo a pirâmide pela parte de cima. O Brasil não precisa de atletas de elite fabricados. Precisávamos sim, de uma elite política séria que enxergasse o esporte como a tábua de salvação do país juntamente com a educação.

sábado, 26 de maio de 2007

Verdades e Mentiras

Nada assusta mais do que a verdade. O pior é que nada irrita mais do que a mentira. A difícil missão de assumir um pacto com a verdade não nos torna escravos dela. Na verdade nos torna libertos da outra. Esse é o câncer que o Brasil insiste em não tratar. Mentir e se aproveitar do alheio virou regra. Nada fácil de entender mas muito fácil de explicar. Somos filhos de um país de mentira que insiste em ter o rótulo de futuro. Mas esse bendito (maldito) rótulo é roto. É estagnante. É enganador. É a simulação perfeita para que todos acreditem que tudo ainda vai dar certo. Não sei quem disse isso, mas, sinceramente, não tenho mais nem a vontade de saber quem vai ficar por último para apagar as luzes.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

A verve de Augusto...

No meu peito arde em chamas abrasada
A pira da vingança reprimida,
E em centelhas de raiva ensurdecida
A vingança suprema e concentrada
E espuma e ruge a cólera entranhada,
Como no mar a vaga embravecida
Vai bater-se na rocha empedernida,
Espumando e rugindo em marulhada
Mas se das minhas dores ao calvário,
Eu subo na atitude dolorida
De um Cristo a redimir um mundo vário,
Em luta co'a natura sempitema,
Já que do mundo não vinguei-me em vida,
A morte me será vingança eterna.

Pra começar ou acabar bem o dia

O Vento
Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faza vida é
curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais um passo pra trás?
Por que será?...
Vou pensar.-
Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?-
Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,o vento leva!-
Não sei mas
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Sua santidade quem?



O Papa veio ao Brasil. 8 milhões de reais foram gastos. O retorno foi de... Ah tá. Foram gastos mesmo. Não teve retorno. Estamos gastando o superávit que temos nas relações comerciais com Vaticano. Quer dizer, não temos. Somos o maior páis católico do mundo. A relação com caótico deve ter alguma coisa a ver com isso. Lendo por ai soube que o Estado é laico. Isso, na prática, significa que todas as religiões deveriam ter os mesmos privilégios. Ou até mesmo nenhum, se fosse o caso. Pelas minhas contas existem cerca de 480 religiões, seitas ou coisas do gênero no país. Noves fora e propinas à parte será necessário separar no orçamento do ano que vem algo em torno de R$ 3.840.000,00 para atender igualmente a todas as religiões. Ou então eu é que entendi tudo errado. PAC é o Plano de Aceleração do Catolicismo. Apenas para registrar, sou católico desde o batismo e não gastaria um centavo para ver o Papa.

Mas cadê o bacalhau?




Propaganda enganosa. Seria essa a primeira impressão após degustar o infame bolinho vendido como se bacalhau tivesse. Ora bolas. Ora batatas, melhor dizendo. Mas, assim como as linhas tortas conduzem a caminhos certos, a falta do famigerado peixe trouxe à baila outras ponderações. Faltou bacalhau, mas, não encantamento. Faltou bacalhau, mas, sobraram sorrisos. Faltou, de fato, o bacalhau, mas transbordou a alegria de perceber que, ao nosso lado, alguém sempre nos mostra ser mais interessante do que parecia ser. Apenas notas de bacalhau em bolinhos me fizeram dar uma nota 10 para uma noite que poderia ter sido normal. E não foi. Poderia ter sido simples. E não foi. Poderia ter tido bacalhau no bolinho. Ainda bem que não teve.

Por que um blog?


Acreditei na teoria de que todo mundo deve plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho antes de morrer. Já fiz 2 filhos, já plantei algumas árvores. O livro? Vou treinando por aqui. A chance de frustração é menor.