quinta-feira, 5 de junho de 2008

Reinventar ou aparar as arestas?

Penso muito sobre que exemplo deixar por onde passo. Venho pensando muito sobre isso atualmente. Tenho estado disposto a me reinventar. Para isso, preciso desmontar tudo e montar de novo. Falta coragem. Falta até mesmo um pouco de ousadia. Falta, inclusive, metade da disposição que eu estava quando comecei aa fazer esse texto. Para falar a verdade, falta tanta coisa, que a vontade acabou. Acho que nem tem tanta coisa pra reinventar assim. Vou me contentar em aparar as arestas e seguir andando. Me sigam os bons.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Redescobrir um amor é bom. Reviver é melhor ainda.

Nada mexe mais com a cabeça de um homem do que uma mulher. Na maioria das vezes, nós, homens, somos ensinados que demonstrar esse amor é feio, é perigoso, expõe-nos demais. Isso definitivamente é uma bobagem.

Erramos, reclamamos, brigamos, mas, queiramos ou não, sempre acabamos reconhecendo que amar algumas pessoas especiais é bom demais. Amar uma em especial é melhor ainda. Saber reinventar esse amor é uma arte. Descobrir que tenho essa capacidade é uma satisfação.

Pode até não fazer sentido algum para você, incauto amigo ou desconhecido ocasional que lê essas minhas sessões de terapia internáutica, mas, o passar do tempo e a soma de tudo que se viveu com e para alguém ensina um bocado. Dizer eu te amos é fácil demais, praticar também pode ser. Obrigado por me fazer enxergar isso e por completar minha vida há 10 anos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Uma mãe de irmã


Muitos reclamam da sorte ao não poderem escolher irmãos como escolhem os amigos. Eu fui agraciado com um presente chamado Juliana. Minha mãezinha, desde a época em que tapar os ouvidos era a melhor arma pra não precisar fazer terapia mais tarde. Dos conselhos dados da a partir da sua bicama com a autoridade de quem amadureceu cedo demais, às distâncias que a vida insiste em nos colocar.

Somos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Somos feitos do mesmo barro bom, somos fruto do mesmo amor regado a sofrimento e dor. Seu amadurecimento antecipou o meu também. Ajudou a moldar meu caráter e reforçar a imagem que tenho das mulheres da minha família.

Quando hoje vejo Júlia, minha filha, e Gabriela, filha dela, levantarem a voz e avisto aquela veia pulsando no pescoço, tenho a certeza que a força das mulheres dessa família irá se perpetuar.

Perder meu pai aos 17 anos tendo tido tão pouco foi difícil demais. Ter que me separar de "minha Ju" aos 23, quando fui em busca de minha vida, foi também um golpe duro. Voltei para minha cidade e vi minha mãe ir embora de vez, causando-me o maior sofrimento pelo qual já passei. De novo, a vida insiste em me testar e carrega minha loira pra longe.

Não há de ser nada. Afinal, saudade só se tem de quem se ama. Muito.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Vazio que dói no peito


Como pode um vazio doer tanto? Por definição, se é vazio não existe. Quem inventou a definição de saudade esqueceu de combinar que o vazio dói e existe. Talvez por isso que saudade só exista em português. Não lhe ter ao meu lado, me guiando, machuca muito mais do que qualquer outra experiência de dor e sofrimento que já tive. Não lhe ver envelhecer e não poder ver seus cabelos cabelos brancos que não cheguei a conhecer me assusta.


Quem vou visitar quando eu estiver ficando velho? Sua presença ardia de tão intensa e minha juventude imberbe me afastava de você. Quem disse que não se ama de longe? São 3 anos sem você e sinto que cada dia lhe amo mais. A saudade machuca, sim senhora. Tudo melhora ao imaginar que o que tive de você foi o melhor que pôde me dar. Diferente do som, amor se propaga no vácuo. Saudade também. Um dia reencontrarte-ei. Sempre te amarei.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Acidente foi eleger. Burrice foi reeleger.

Desastre do vôo da TAM. O que mais revolta é que evitar era fácil.

Morrer é natural. Isso é indiscutível. Ser assassinado não é. Culpar o aparelho, o piloto ou a pista vai ser mais fácil do que roubar doce de criança. Bater no peito e assumir que é um pária é que eu duvido que alguém faça. Congonhas dá sinais de problema há muito tempo. Todo mundo sabe disso há muito tempo. Os governos sabem disso há muito tempo. E ninguém faz nada. A crise aérea completará 1 ano e nada de prático foi feito. Promessas, balelas e conversa fiada tem aos montes. A fase da discussão de indenizações começará em breve e logo depois começa o esquecimento. O presidente quando manda dizer que está consternado nos engana mas pelo menos aprendeu uma palavra nova. A ministra que relaxa enquanto goza com nossas caras de palhaço mandou dizer que não tem nada a declarar. Pensando bem, melhor ficar calada mesmo.

terça-feira, 17 de julho de 2007

O machão e a menina. Ironia de uma vida.


Se eu dissesse que sonhei em ter uma filha, estaria mentindo. Quem me conhece sabe que por mais dura que seja a verdade, prefiro encará-la. Me preparar para ser pai de Júlia exigiu uma dose grande de sacrifício. Ser machão sem filha mulher é fácil. Era.


Se eu soubesse que ia ser tão bom, escolheria isso sempre. Minha menina é absurdamente surpreendente em tudo o que faz. Explode com a mesma facilidade que conquista. Muda de humor com a mesma rapidez que cativa e apaixona. Feminina como poucas garotinhas de 3 anos são, vaidosa como toda mulher deveria ser.


Temperamento difícil e personalidade forte. E dai? Ela é Júlia. Ela é diferente de tudo que imaginei. Ela me domina com a bravura que não aceito de quase ninguém. E dela eu aceito e quero sempre mais. Vai de totalitária e impulsiva a dócil e frágil na velocidade de um piscar de olhos que eu sempre quero que seja pra mim. Ela é um exemplar único de rebeldia doce. Ela é minha filha, graças a Deus.


Quando um dia me perguntarem o que Julia representa pra mim responderei sem pestanejar: a mais linda e apaixonante lição de vida eu poderia tomar.

O primeiro filho homem de um menino homem


O ano é 1998. O dia é 08 de março. Domingo. Nova semana. Nova vida. Até então um dia comum exceto por ter sido meu aniversário nos últimos 23 anos. Desse dia em diante o dia das mulheres deixa de ser delas e meu aniversário deixa de ser meu. Matheus arrebatou esse direito não por doação e sim por merecimento.


Nasceu meu primeiro filho e eu começo a perceber que a vida tem muito mais sentido do que antes. Amor, proteção, responsabilidade, carinho, afeto e qualquer outro adjetivo ou verbo que represente algo bom parecem pequenos perto do que esse presente de Deus significaria na minha vida.


O tempo me mostra que ele é mais do que eu em tudo. No mínimo, em quase tudo. Mais bonito e mais sensível. Mais determinado e equilibrado. Mais cativante e mais humano. Ele é a síntese dos meus melhores sonhos. Ele é a pintura perfeita de um retrato que sempre me achei incapaz de fazer. Matheus é minha vida e minha obra.


Eu te amo, meu filho. Você me faz lembrar o quanto sempre quis ser pai. Seu pai.