quarta-feira, 25 de julho de 2007

Vazio que dói no peito


Como pode um vazio doer tanto? Por definição, se é vazio não existe. Quem inventou a definição de saudade esqueceu de combinar que o vazio dói e existe. Talvez por isso que saudade só exista em português. Não lhe ter ao meu lado, me guiando, machuca muito mais do que qualquer outra experiência de dor e sofrimento que já tive. Não lhe ver envelhecer e não poder ver seus cabelos cabelos brancos que não cheguei a conhecer me assusta.


Quem vou visitar quando eu estiver ficando velho? Sua presença ardia de tão intensa e minha juventude imberbe me afastava de você. Quem disse que não se ama de longe? São 3 anos sem você e sinto que cada dia lhe amo mais. A saudade machuca, sim senhora. Tudo melhora ao imaginar que o que tive de você foi o melhor que pôde me dar. Diferente do som, amor se propaga no vácuo. Saudade também. Um dia reencontrarte-ei. Sempre te amarei.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Acidente foi eleger. Burrice foi reeleger.

Desastre do vôo da TAM. O que mais revolta é que evitar era fácil.

Morrer é natural. Isso é indiscutível. Ser assassinado não é. Culpar o aparelho, o piloto ou a pista vai ser mais fácil do que roubar doce de criança. Bater no peito e assumir que é um pária é que eu duvido que alguém faça. Congonhas dá sinais de problema há muito tempo. Todo mundo sabe disso há muito tempo. Os governos sabem disso há muito tempo. E ninguém faz nada. A crise aérea completará 1 ano e nada de prático foi feito. Promessas, balelas e conversa fiada tem aos montes. A fase da discussão de indenizações começará em breve e logo depois começa o esquecimento. O presidente quando manda dizer que está consternado nos engana mas pelo menos aprendeu uma palavra nova. A ministra que relaxa enquanto goza com nossas caras de palhaço mandou dizer que não tem nada a declarar. Pensando bem, melhor ficar calada mesmo.

terça-feira, 17 de julho de 2007

O machão e a menina. Ironia de uma vida.


Se eu dissesse que sonhei em ter uma filha, estaria mentindo. Quem me conhece sabe que por mais dura que seja a verdade, prefiro encará-la. Me preparar para ser pai de Júlia exigiu uma dose grande de sacrifício. Ser machão sem filha mulher é fácil. Era.


Se eu soubesse que ia ser tão bom, escolheria isso sempre. Minha menina é absurdamente surpreendente em tudo o que faz. Explode com a mesma facilidade que conquista. Muda de humor com a mesma rapidez que cativa e apaixona. Feminina como poucas garotinhas de 3 anos são, vaidosa como toda mulher deveria ser.


Temperamento difícil e personalidade forte. E dai? Ela é Júlia. Ela é diferente de tudo que imaginei. Ela me domina com a bravura que não aceito de quase ninguém. E dela eu aceito e quero sempre mais. Vai de totalitária e impulsiva a dócil e frágil na velocidade de um piscar de olhos que eu sempre quero que seja pra mim. Ela é um exemplar único de rebeldia doce. Ela é minha filha, graças a Deus.


Quando um dia me perguntarem o que Julia representa pra mim responderei sem pestanejar: a mais linda e apaixonante lição de vida eu poderia tomar.

O primeiro filho homem de um menino homem


O ano é 1998. O dia é 08 de março. Domingo. Nova semana. Nova vida. Até então um dia comum exceto por ter sido meu aniversário nos últimos 23 anos. Desse dia em diante o dia das mulheres deixa de ser delas e meu aniversário deixa de ser meu. Matheus arrebatou esse direito não por doação e sim por merecimento.


Nasceu meu primeiro filho e eu começo a perceber que a vida tem muito mais sentido do que antes. Amor, proteção, responsabilidade, carinho, afeto e qualquer outro adjetivo ou verbo que represente algo bom parecem pequenos perto do que esse presente de Deus significaria na minha vida.


O tempo me mostra que ele é mais do que eu em tudo. No mínimo, em quase tudo. Mais bonito e mais sensível. Mais determinado e equilibrado. Mais cativante e mais humano. Ele é a síntese dos meus melhores sonhos. Ele é a pintura perfeita de um retrato que sempre me achei incapaz de fazer. Matheus é minha vida e minha obra.


Eu te amo, meu filho. Você me faz lembrar o quanto sempre quis ser pai. Seu pai.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Pan do Brasil?

O Pan do Brasil. Essa é umas maiores falcatruas que uma política de comunicação tentou vender nos últimos tempos. O Pan não é do Brasil. Ele é do Nuzmann, do Ricardo Teixeira e da Rede Globo. Ele acontece no Rio de Janeiro e não é por acaso. Nele, veremos um desfile de atletas que, em 99% do seu tempo são esquecidos e que se sustentam com migalhas. Alguns poucos, como os do Vôlei muticampeão e de algumas poucas modalidades possuem status de verdadeiros atletas do Brasil. Mas são a imensa minoria, infelizmente.

Essa grande massa que se dedica alucinadamente e que vira estrela por apenas um momento, a exemplo do valente Diogo Silva, primeiro ouro no Pan do Rio, sabe que é usada como manobra, como bucha de canhão eleitoral de políticos que tentam construir um "país do esporte", erguendo a pirâmide pela parte de cima. O Brasil não precisa de atletas de elite fabricados. Precisávamos sim, de uma elite política séria que enxergasse o esporte como a tábua de salvação do país juntamente com a educação.